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A Extinção do Cemitério da Colônia do Pium

  • Foto do escritor: tnisia
    tnisia
  • 14 de nov. de 2021
  • 6 min de leitura

Atualizado: 15 de nov. de 2021

Retirado pela Prefeitura Municipal de Nísia Floresta na época, o extinto Cemitério da Colônia do Pium faz muita falta ao povo. Esse drama teve início por volta do ano de 2010 e desde então, os nativos das comunidades da Colônia do Pium e adjacências vem passando por dificuldades com a retirada do cemitério para a construção da ETE (Pium).

O Cemitério da Colônia do Pium estava localizado onde hoje funciona a estação de tratamento de águas e esgotos (ETE-PIUM). Essa estação é fruto de parcerias entre a prefeitura, órgãos reguladores e governo do estado. Mesmo tendo a instalação da ETE aqui em nossas terras, não houve grandes benefícios a população local e nem tão pouco ao meio ambiente, pois, além de já ter uma adultora retirando água do Lago Azul para Parnamirim(fruto de mais um acórdão político entre as prefeituras de Parnamirim e Nísia Floresta), agora temos uma infeliz lagoa de captação de esgotos que recebe dejetos de Pirangi do Norte, Pium(pertecente a Parnamirim), Alphavile e algumas poucas casas aqui das comunidades do entorno. Além disso, com a retirada dessas águas do Lago Azul o rio Pium passa atualmente por um assoreamento e agora conta com uma perca na sua vazão que vai de 5%(cinco) a 11%(onze) dependendo do período.

Essa prostituição política já é antiga aqui por Nísia Floresta e provalvelmente os maiores detentores desses legados vergonhosos foram a gestão dos Ferreiras. Hora, não se tem registrado em fatos nenhum benefício concreto que tenha impactado de forma positiva na vida dos nativos aqui da região com esses tais investimentos em nossa cidade, pois, a população sequer soube de alguma parceria entre Parnamirim e Nísia com relação a retirada das nossas águas e os consequentes impactos ambientais a médio e longo prazo.

Nós, os próprios nativos de toda Nísia Floresta é quem somos indiretamente responsáveis, pois, foram as nossas escolhas junto com a falta de fiscalização e cobrança à gestão atual nessa época, que fizeram o município sofrer essa invasão sem limites em nossas terras, acolhendo resíduos de outras cidades, degradando o meio ambiente local e retirando a nossa maior riqueza que são as águas que se acumulam em mais de 26 lagoas por toda Nísia floresta.

Voltando ao caso, a retirada do cemitério é mais uma rasteira dada no povo local aqui da Colônia do Pium e adjacências. Pois na época, decisões impensadas como essa, tornam a vida dos nativos mais dolorosa.

A muitos anos que a região de Nísia Floresta vem sendo explorada e utilizada indevidamente como moeda de troca para insvestimentos que só favorecem outros municípios ou a própria classe política interessada e muitas vezes, o povo desconhece esses fatos se apegando a investimentos mínimos em áreas mais criticas como: saúde e habitação. Sendo eles, aplicados sempre a beira das eleições que são geralmente para prefeito e vereador.

Caso queira entender na prática, podemos exemplificar o quanto o povo desconhece isso lembrando do drama que passamos tempos atrás, quando estávamos precisando acessar o Pronto Socorro de Pirangi do Norte(Parnamirim) em busca de um atendimento por lá. Nessa época, eramos surpreendidos primeiramente com uma lição de moral por parte de alguns médicos plantonistas que seguido de olhares raivosos e má vontade junto a alguns servidores de lá, nos mandavam procurar a unidade de São José de Mipimbu, pois, não poderiam atender quem pertencia a Nísia Floresta. Hora, a distância média do pronto socorro de Pirangi é de aroximadamente 5 a 6 km com pista iluminada e trecho habitado, o que oferece rapidez no deslocamento e a chance de salvar uma vida, quando estamos falando em receber os primeiros socorros em tempo hábil. Então, nem adianta comparar com a possibilidade do cidadão que mora entre as comunidades de Alcaçuz ao Lago Azul de se deslocar a um pronto socorro a mais de 35km de distância não é?.

A situação era e ainda é muito séria e por pouco não houve perdas de vidas por falta de um atendimento de urgência e má vontade em ajudar quem mais precisava de cuidados e atenção naqueles momentos difíceis. Creio que ninguém daqui já foi ao Pronto Socorro de Pirangi só a passeio? Más, essa era a impressão que se dava quando eramos chamado a atenção por alguns profissionais do Pronto Socorro de Pirangi do Norte.

Retomando a série de "investimentos" recebidos aqui por nossos gestores, outro investimento bastante vergonhoso e que por muitas vezes, preocupou os moradores próximos foi a vinda de um presídio na Hortigranjeira por meios de parcerias entre município e o estado. Havia outro lugar fora de Nísia, considerado bem mais apropriado, porém, esse tipo de investimento era um presente de grego à qualquer um que permiti-se. Não podemos deixar de fazer alguns questionamentos por aqui: Quem permitiu a instalação do presídio? A população foi consultada? E qual foi a justificativa dada ao povo(se é que deu)?

Também temos a adultora que suga as águas da Lagoa do Bonfim à muitos anos e claro, isto não esteve longe dos olhos famintos da prefeitura de Nísia Floresta e seus gestores da época. Apesar das suas grandes variações do volume de água em anos de acompanhamento, a Lagoa do Bonfim, foi ou é portanto, a maior lagoa do Estado, com

uma área de 9 km², uma profundidade máxima de 33 m e acumulava aproximadamente 84 milhões de m³ de água no início dos anos 2000. Atualmente a lagoa do Bonfim vem sendo notícia em vários canais de comunicação pelo fato de estar com seu nível de água bem abaixo do limite. Uma pergunta que não quer calar: Onde estão os responsáveis pelo que a Lagoa do Bonfim enfrenta atualmente?

Por último, esse grande investimento da estação de esgotos na estrada que dá acesso a comunidade do Lago Azul veio para contaminar os lençóis freáticos e afluentes locais em até 20(vinte) anos de funcionamento(Segundo pesquisas feitas por alunos do curso de mestrado em Ciências Biológicas pela UFRN). E vejam! Na época a população local foi contra a instalação, protestos foram feitos, obras foram paralisadas, o ministério público foi acionado e mesmo assim, após anos se arrastando, houve a sua conclusão passando literalmente por cima do cemitério local que era de grande importância para o povo. É senhores, se pensavam que era só fazer os acordos políticos se enganaram, pois, a gestão vergonhosa a frente da prefeitura de Nísia Floresta em todos esses anos que recebemos os tais "investimentos" conseguiram retirar mais benefícios para suprir suas demandas de interesses singulares e mais vantajosos(não sabemos para o que ou para quem) do que um terreno que estava abrigando túmulos dos nativos. Não houve sequer, sensibilidade por parte da prefeitura(executivo) e dos vereadores(legislativo) nessa época de remoção do cemitério para oferecer apoio, fiscalizar o processo de remoção, garantir a construção, entrega e sepultamento dos restos mortais nesse novo cemitério que tinha planta de execução prevista no acordo de instalação da ETE.

Na época, as autoridades fizeram a remoção de sepultamentos realizados nessa área e informaram que iriam construir um cemitério ao lado, porém, isso não se concretizou e atualmente o povo das comunidades locais vem sofrendo com a falta de espaço nos cemitérios mais próximos(Pium próximo a feirinha) e como já está lotado. Novos sepultamentos estão sendo feitos em uma comunidade de Nísia Floresta (Campo de Santana à 32,6km de distância em média dessas comunidades do entorno).

Além das dificuldades (condição financeira) de locomoção dos nativos que são mais necessitados, ainda existe a dor de ter que sepultar seus entes queridos muito distante e super lotar um cemitério que foi construído para atender as comunidades locais mais próximas.

Existe também outro problema, esse mais sério que pode inclusive gerar uma denuncia no MP: segundo familiares de pessoas que foram sepultadas no extinto cemitério, os restos mortais retirados pela prefeitura foram perdidos e não mais localizados, o que só aumenta a dor das famílias envolvidas.

Para a gestão que esteve a frente da retirada, não bastou retirar investimentos, tinha que prejudicar o povo que já utilizava o cemitério. O povo não deve esquecer essas rasteiras sofridas ao longo de anos.

Muitos, não mais irão aceitar esse tipo de atitude por parte dos gestores da cidade e não irão descançar enquanto não tiverem de volta o que um dia, já foi direito de todos aqui: um sepultamento digno.

 
 
 

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