Editorial

Uma Tragédia Negociada

Enquanto que o ano de 2021 foi o pior em cinco anos de secas pelo RN, 2022 teve a influência do Fenômeno La Niña que é mais forte no leste, pois, tem origem oceânica e veio trazendo recordes de concentração chuvosa, principalmente no litoral.

Com as fortes chuvas que ocorreram no leste do RN, muitos estragos que se caracterizam por “Catástrofes Naturais” foram registrados em todo o litoral sul e áreas afetadas. Porém, esse termo não se aplica aqui na Colônia do Pium e entorno de outras comunidades, tendo em vista que a ação do homem ou dos “homens” serem de fato o principal motivo de tamanha catástrofe e dimensão.

Os moradores que residem próximo a ETE-Pium localizado na estrada que dá acesso a comunidade do Lago Azul foram seriamente atingidos pela força dos dejetos oriundos do rompimento de uma das lagoas de tratamento em decorrência das fortes chuvas. Esta estação de tratamento foi instalada nesse local sob os olhares dos políticos e autoridades da época, onde se falavam em benefícios diretos a população das comunidades do entorno. A população reagiu na época e foram feitos protestos na área da estação, onde, culminou com uma ação conjunta do Ministério Público e Idema, ficando a construção parada por alguns anos.

Em 2011 as obras retornaram mais uma vez sob os olhares dos políticos da nossa cidade juntos com representantes do estado e autoridades de órgãos reguladores que agora, aprovavam a obra e definiam prazos para início de  suas operações.

As reclamações sobre a obra e seus impactos ambientais a médio e longo prazo, junto com os problemas da retirada do cemitério foram esquecidos ou amenizados, pois, haviam poucas pessoas descontentes com essa obra que muito mais parecia ser uma manobra política com interesses particulares do que "benefícios" como eram amplamente divulgados pelos jornais. Tanto é que especulam-se familiares que tiveram seus entes sepultados na área, a perca dos restos mortais dos seus parentes durante o translado obrigatório.

Hoje, estamos vendo a gestão de Daniel Marinho se arrastar na tentativa de argumentar os erros da gestão passada nas promessas de soluções que saem da boca do mesmo e de seus  assessores como palavras ao vento. Últimamente Daniel enfrenta as cobranças populares sob forma de protestos, denúncias, reclamações do povo local e também de órgãos que foram acionados.

Daniel Marinho sob o comando da prefeitura de Nísia Floresta, carrega traços da antiga gestão dos Ferreiras em suas ações que sempre envolve muito marketing e são cheias de resultados inacabados, onde, nem mesmo ele consegue acompanhar e fiscalizar para poder falar com conhecimento de causa. O prefeito tem sim muita vontade de fazer uma das melhores gestão que a cidade já teve, más, com as possíveis sabotagens que sofre dentro de sua equipe, fica cada vez mais difícil de alcançar um dos seus prováveis desejos e seguir com o seu atual modelo de gestão.